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Câmara instala comissão para analisar projeto que regulamenta Inteligência Artificial no Brasil

Câmara dos Deputados avança na regulação da Inteligência Artificial no Brasil com a instalação de comissão especial. Projeto propõe criação do Sistema Nacional de Regulação e Governança de IA e define sanções e obrigações para sistemas considerados de alto risco.

A Câmara dos Deputados instalou, em 20 de setembro, a comissão especial que analisará o projeto de regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil. A deputada Luiza Canziani (PSD-PR) presidirá o grupo, enquanto Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) atuará como relator.

O projeto, apresentado em 2023 por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi aprovado no plenário no final do ano passado e agora será avaliado pela Câmara.

Luiza Canziani destacou a importância do Brasil em ser um protagonista no desenvolvimento de tecnologia, em vez de apenas consumidor.

O projeto estabelece o Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA), coordenado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que definirá regulações e fiscalizará o cumprimento das regras.

O não cumprimento pode resultar em sanções, incluindo:

  • Advertência
  • Multa de até R$ 50 milhões ou 2% do faturamento bruto
  • Suspensão do sistema de IA
  • Proibição de tratamento de certas bases de dados

Categorias de alto risco e risco excessivo foram definidas. Exemplos de tecnologias de alto risco incluem:

  • Sistemas de seleção de estudantes
  • Recrutamento de vagas de emprego
  • Gestão da imigração
  • Identificação biométrica para reconhecimento de emoções

Tecnologias de risco excessivo, como armas autônomas, serão proibidas.

Empresas que utilizam sistemas de alto risco precisam realizar testes de segurança e mitigar vieses discriminatórios. Órgãos públicos devem garantir o direito à explicação nas decisões feitas por IA.

Embora inicialmente incluídos, os algoritmos de redes sociais foram removidos da lista de alto risco. Regulações sobre liberdade de expressão e moderação de conteúdo online serão abordadas em outra legislação.

Direitos autorais serão respeitados: conteúdos protegidos usados para treinar ferramentas de IA deverão ser remunerados conforme “razoabilidade e proporcionalidade”, levando em conta o porte da empresa e o impacto na concorrência.

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