Câmara da Argentina aprova comissão para investigar criptogate e convocará ministros de Milei
Oposição aprova comissão para investigar escândalo da criptomoeda $Libra, envolvendo o presidente Javier Milei. A votação marca mais uma derrota do governo no Legislativo argentino, que enfrenta crescente pressão e descontentamento.
Governo de Javier Milei sofre derrota no Legislativo argentino
Na terça-feira (8), a oposição na Câmara dos Deputados aprovou a criação de uma comissão para investigar o escândalo com a criptomoeda $Libra, promovida por Milei. O caso já é alvo de investigações na Argentina, EUA e Espanha.
A proposta obteve 128 votos a favor, contra 93 contrários e sete abstenções. Diferente da tentativa anterior no Senado, a comissão não precisa de aprovação dos senadores.
Quatro altos funcionários do governo foram convocados a prestar esclarecimentos em 22 de abril:
- Guillermo Francos (chefe de Gabinete)
- Luis Caputo (ministro da Economia)
- Mariano Cúneo Libarona (ministro da Justiça)
- Roberto Silva (chefe da Comissão Nacional de Valores Mobiliários)
A Casa Rosada tentou evitar quórum, mas a oposição, especialmente os peronistas, conseguiu vencer a resistência.
Em fevereiro, Milei promoveu a $Libra, resultando em uma rápida valorização seguida de uma drástica queda. Ele afirmou em suas redes sociais que a criptomoeda era um projeto privado para incentivar o crescimento econômico.
Após críticas, Milei apagou a postagem original, alegando que foi um erro. Economistas e políticos opositores afirmaram que a $Libra poderia ser uma fraude.
Milei insistiu que não houve 44 mil vítimas, mas apenas cerca de 5.000 investidores especializados. O escândalo também revelou mensagens sobre pagamentos à irmã de Milei, Karina, que geraram novas investigações.
O governo, que enfrenta várias derrotas legislativas, viu a derrubada de candidaturas de dois juízes para o Supremo no Senado. No dia da votação, Milei estava nos EUA recebendo um prêmio e esperava se encontrar com Donald Trump, o que não ocorreu.