Câmara da Argentina abre CPI sobre criptomoeda divulgada por Milei
Comissão investigadora busca esclarecer a polêmica em torno da criptomoeda $LIBRA, endossada pelo presidente argentino. O caso levanta questões sobre possível fraude financeira e o papel de Javier Milei no colapso do ativo digital.
A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou, em 8 de abril de 2025, a criação de uma comissão investigadora sobre o caso da criptomoeda $LIBRA, que envolve o presidente Javier Milei. O projeto teve 128 votos a favor, 93 contra e 7 abstenções.
O presidente Milei promoveu a $LIBRA em suas redes sociais, causando uma rápida valorização que culminou em um colapso, gerando consequências econômicas, jurídicas e políticas.
A primeira reunião da comissão está agendada para 23 de abril e no dia 22 ocorrerá uma convocação de quatro autoridades para esclarecimentos. A oposição argumenta que a situação demanda uma investigação devido a uma possível fraude financeira.
O episódio começou em 14 de fevereiro, quando Milei compartilhou uma publicação promovendo a $LIBRA, projetada para apoiar pequenas empresas. Desde a publicação, o ativo viu uma série de transações rápidas, acumulando mais de US$ 22 milhões em vendas, antes de valer apenas US$ 0,26.
Após a queda, o governo argentino anunciou uma investigação urgente sobre o lançamento da criptomoeda. O comunicado oficial afirmou que Milei apenas divulgou o projeto, sem participar de sua criação.
A empresa Kip Protocol, supostamente associada à $LIBRA, também negou qualquer envolvimento no lançamento e gerenciamento do projeto. A criptomoeda é classificada como uma memecoin, cujo valor é altamente especulativo e volátil.
Suspeitas de um golpe conhecido como "rug pull" emergem, apontando que desenvolvedores podem ter manipulado o mercado antes de vender suas participações, resultando em lucros ilícitos entre US$ 80 a US$ 100 milhões.