Câmara aprova urgência de projeto que derruba decreto do IOF em derrota para governo Lula
Câmara aprova urgência para derrubar novo decreto do IOF, refletindo insatisfação da base aliada com o governo. A votação, que obteve 346 votos favoráveis, intensifica o desgaste entre Executivo e Legislativo em meio a debates sobre aumento de impostos.
Câmara dos Deputados aprova requerimento de urgência para projeto que anula novo decreto do IOF, derrotando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ministros e o presidente tentaram evitar a derrubada, mas a votação de segunda-feira (16) teve 346 votos a favor e 97 contra, mostrando insatisfação com o governo.
A urgência acelera a tramitação do projeto, que não será analisado por comissões. O mérito será votado apenas no final deste mês, devido a feriados e comemorações.
A votação foi uma demonstração de poder do centrão e um aviso de que reformas exigem consenso.
O deputado Zucco (PL-RS) criticou o governo por não cortar despesas, enquanto Marcel Van Hattem (Novo-RS) argumentou que o decreto é ilegal e inconstitucional.
O PSD votou a favor da urgência, enquanto Hildo Rocha (MDB-BA) votou contra a orientação do partido, apontando contradições nos votos de colegas.
Alguns deputados da base defenderam a oposição, alegando que estão se posicionando contra impostos altos.
O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), atacou a oposição, defendendo que cabe ao governo proteger os mais pobres.
Com a alta do IOF, ocorre novo desgaste entre o Executivo e o Legislativo, especialmente com a necessidade de aumentar a arrecadação sem cortes maiores no orçamento.
Desde maio, o governo tentou implementar um decreto para elevar impostos, mas teve que moderar sua proposta após protestos. O novo decreto e uma medida provisória (MP) geraram reações contrárias no Congresso, com partidos exigindo cortes de gastos.
A expectativa do governo é que o pagamento de emendas parlamentares diminua a resistência contra o decreto.
Para a MP, haverá um período de negociações para tentar aprovar ao menos parte das medidas visando o futuro financeiro, especialmente em anos eleitorais.