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Café sobe 82% em um ano e pressiona preços de clubes por assinatura

A alta acumulada no preço do café em pó gera preocupação e impacto no consumo, afetando principalmente os supermercados e os clubes de assinatura. Especialistas afirmam que a recuperação das safras pode levar tempo, mas há esperanças de estabilização nos preços.

Preço do café em pó sobe 82,24% nos últimos 12 meses, de acordo com o IPCA do IBGE. Somente em maio, houve aumento de 4,59%.

Essa alta é a maior desde o início do Plano Real e impacta diretamente o consumidor e clubes de assinatura de café. O Noete Café Clube, de Belo Horizonte, anunciou aumento de 50% nas assinaturas em dois anos, embora tenha enfrentado inflação de 150% no custo do grão.

O Moka Clube, pioneiro em assinaturas, observou um crescimento na base de assinantes, pois o valor se tornou mais competitivo em relação a compras unitárias.

Segundo Giuliana Bastos, consultora da Abic, a demanda por clubes de assinatura cresceu, impulsionada pela pandemia, aumento de delivery e desejo por experiências. A matéria-prima do café teve aumento de 224% nos últimos quatro anos.

A disparada é atribuída a quebras severas de safra devido a eventos climáticos, como queimadas e estiagens, afetando produtores como Brasil e Vietnã.

Apesar da expectativa de estabilização de preços no segundo semestre, os últimos dados do Cepea mostram queda de 10,71% nos preços do café arábica e 18% no robusta em maio.

Em São Paulo, a alta é de quase 90% em 12 meses. Segundo Guilherme Moreira, os preços continuarão a subir devido ao ciclo longo de recomposição dos cafezais.

O diretor da Abic, Celírio Inácio, acredita que poderá haver recuo nos preços ao consumidor nos próximos meses, se a safra se mantiver otimista.

Os consumidores de café em pó são os mais afetados. O IPC/Fipe aponta que o solúvel subiu 46,69%, enquanto o em pó aumentou 89,04%.

O café em pó, essencial na cesta básica, provoca significativa memória de preço, semelhante a produtos como pão e arroz.

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