Caderneta de poupança tem saída de R$ 52 bilhões até abril
Retiradas líquidas da caderneta de poupança atingem R$ 52,1 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, superando os depósitos. O cenário econômico atual, marcado por alta da inflação e taxa Selic elevada, contribui para essa tendência.
Retirada de recursos da caderneta de poupança superou depósitos em R$ 52,1 bilhões entre janeiro e abril de 2023, segundo o Banco Central.
Dados do período:
- Depósitos: R$ 1,35 trilhão
- Retiradas: R$ 1,4 trilhão
Retirada líquida de R$ 52,1 bilhões é superior aos R$ 23,8 bilhões do mesmo período em 2022. Em 2023, retirada até agora foi R$ 57,5 bilhões.
Retiradas mensais:
- Janeiro: R$ 26,22 bilhões
- Fevereiro: R$ 8 bilhões
- Março: R$ 11,45 bilhões
- Abril: R$ 6,41 bilhões
A retirada afeta o financiamento imobiliário, já que a poupança é base para esses empréstimos. O Banco Central reconhece que o modelo atual está se esgotando e busca alternativas.
Cenário econômico: A retirada ocorre em meio a uma inflação alta, com o IPCA subindo 0,56% em março e 5,48% no acumulado de 12 meses, acima da meta de 3% do BC. O endividamento permanece em 48,3% da renda nos últimos 12 meses.
Taxa Selic alta (14,75% ao ano) reduz a atratividade da poupança. Com Selic acima de 8,5%, rendimento da poupança é limitado a 0,5% ao mês mais TR.
Analistas afirmam que a poupança perde para outras aplicações em renda fixa, como Tesouro Direto e CDBs, cuja atratividade deve persistir até 2025.