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Cadeira cativa: governo influencia empresas que têm capital privado com 140 indicações para conselhos

Governo Lula amplia sua presença no conselho da Eletrobras e potencializa influência sobre decisões estratégicas da empresa. Ao todo, a União pode indicar representantes em 140 assentos de conselhos em 63 empresas privadas e de economia mista.

Governo Lula amplia influência na Eletrobras com acordo no STF, aumentando o número de indicados de um para três no conselho de administração da empresa privatizada em 2022.

A Eletrobras investiu R$ 7,7 bilhões no ano passado e, ao ampliar sua representação, o governo busca mais controle sobre decisões estratégicas, incluindo investimentos e dividendos.

Além da Eletrobras, levantamento do GLOBO mostra que o governo Lula pode indicar para 140 assentos em conselhos de 63 empresas privadas ou de economia mista, abrangendo 20 setores.

As empresas incluem nomes como JBS, Vale, Bradesco e Petrobras, que juntas faturaram mais de R$ 2 trilhões em 2024.

Entre os 39 nomeados, muitos são atualmente ministros ou assessores, utilizando essa posição para aumentar seus rendimentos, que podem chegar a R$ 546 mil anuais.

Os critérios de seleção nas indicações têm sido alvo de debate, com especialistas pedindo independência e análise técnica nas escolhas, evitando conflitos de interesse.

Para a Eletrobras, os indicados incluem ex-ministros e um ex-ministro da Fazenda, refletindo a conexão do governo com a empresa.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investiga se as indicações seguiram as diretrizes corretas sobre conflitos de interesse e se os novos conselheiros foram selecionados de maneira ética.

Além disso, o BNDES modificou sua política de seleção para conselhos, permitindo nomeações semelhantes às anteriores ao governo atual, o que gerou críticas de especialistas sobre a governança.

A Previ também está sob escrutínio devido a mudanças nas suas políticas de indicação, batendo de frente com auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre sua gestão.

Especialistas alertam que a colaboração de conselheiros com experiência do setor privado é crucial para garantir decisões que beneficiem as empresas a longo prazo.

Essas questões definem um cenário complexo de interações entre governo e empresas privadas, evidenciando a linha tênue entre influência e governança corporativa eficaz.

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