Cade julga nesta quarta (11) caso contra Google por uso de notícias em buscas
Cade analisa possibilidade de abrir processo administrativo contra Google por abuso de posição dominante. Entidades defendem que investigação deve apurar remuneração justa para veículos de imprensa e impacto das buscas com inteligência artificial.
Cade decide sobre Google nesta quarta-feira (11)
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) avaliará se arquiva ou abre um processo administrativo sobre a posição dominante do Google na busca de conteúdos jornalísticos, que afetaria o tráfego e a receita dos veículos de imprensa.
O inquérito, iniciado em 2018, investiga se o Google realizou "scraping" de conteúdo jornalístico, exibindo trechos sem direcionar os internautas aos sites originais. A superintendência do Cade havia recomendado o arquivamento do caso, mas a conselheira Camila Cabral Pires Alves pediu nova investigação.
As entidades como ANJ (Associação Nacional de Jornais) e Fenaj defendem a continuidade das investigações, afirmando que o Google se beneficia indevidamente do conteúdo produzido por jornalistas.
Marcelo Rech, presidente da ANJ, ressalta a necessidade de aprofundar a investigação, citando mudanças globais desfavoráveis ao Google em processos antitruste.
Entidades esperam que o Cade determine a remuneração dos veículos, como em casos na Alemanha e na França, um resultado que poderia impactar também as buscas com inteligência artificial.
O Google argumenta que gera tráfego gratuito para os sites de notícias ao enviar usuários a eles, embora não divulgue dados sobre esse tráfego. A Fenaj e a RSF apontam a falta de transparência da empresa como um obstáculo à investigação.