Cade julga inquérito contra Google por exibição de notícias
Cade investiga se práticas do Google afetam a concorrência no setor de notícias. A análise foca na possível "raspagem" de dados jornalísticos e suas consequências para o acesso a sites de notícias.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) analisa um inquérito sobre possíveis práticas anticoncorrenciais do Google em sua ferramenta de busca.
O Grupo Globo e a ANJ (Associação Nacional de Jornais) alegam que a big tech prejudica o acesso a sites jornalísticos ao publicar notícias em sua própria plataforma.
O caso começou em 2018, quando o Cade foi acionado por supostas práticas de scraping – coleta automatizada de informações.
A ANJ argumenta que o Google faz “raspagem” de conteúdos, como resultados de jogos e previsões do tempo, levando a uma queda na audiência dos sites de notícias.
Em dezembro de 2024, a Superintendência-Geral do Cade arquivou o caso, mas a conselheira Camila Cabral recomendou em março de 2025 que o processo fosse reaberto, o que foi aceito.
O Cade investiga se a suposta raspagem de dados prejudica o acesso dos usuários a sites jornalísticos, caracterizando uma conduta exploratória do Google.
A análise também abrange a conduta exclusionária, ou seja, se o Google impede o acesso direto aos veículos de comunicação, proporcionando conteúdo apenas pela plataforma.
A conselheira destacou a atuação de outras autoridades em países como Bélgica, Alemanha e França em casos semelhantes, refletindo preocupações sobre o equilíbrio no mercado digital.
O Google defendeu sua posição, afirmando que os sites podem optar por excluir seu conteúdo e que não atua como jornalismo.
Segundo a big tech, a implementação de novas ferramentas atendeu a um desejo dos usuários por informações mais atualizadas. O Google também destacou suas iniciativas para apoiar veículos de mídia.
A ANJ mencionou tentativas de solução amigável desde 2010, afirmando que a introdução do toolbelt em 2013 dificultou o bloqueio do acesso aos robôs de busca.
A defesa dos jornais alegou que o Google reproduz conteúdos sem autorização, comprometendo a visibilidade necessária para a competitividade no setor.