Cade aprova compra da Brasnefro pela DaVita

Tribunal do Cade aprova compra da Brasnefro pela DaVita

O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra da Brasnefro pelo Grupo DaVita, com condições. As duas empresas atuam na área de hemodiálise, incluindo serviços para o SUS.

A aprovação foi unânime, apesar da recomendação da área técnica do Cade para reprovar a operação, que poderia aumentar os custos do SUS. Após a reprovação inicial, as empresas firmaram um Acordo de Controle de Concentração (ACC) com o tribunal.

Detalhes do Acordo:

• Divisão em dois pacotes: o primeiro inclui unidades em SP, João Pessoa, Recife, DF e duas no RJ.
• O segundo pacote possui quatro clínicas no RJ, devendo ser comprado por uma empresa diferente.

O conselheiro José Levi destacou que a decisão do Cade beneficiará pacientes de diálise por meio de maior concorrência, melhorando tratamentos. A operação será monitorada por um trustee.

No contexto intra-hospitalar, o Cade não encontrou problemas. Porém, a preocupação reside nos serviços de diálise para pacientes crônicos, com riscos de concentração no atendimento em algumas regiões, como João Pessoa, Recife, DF, SP e no RJ.

Concorrentes como Nefrostar e Diaverum alertaram que a DaVita pode aumentar sua participação de mercado, colocando pressão sobre o SUS e concorrentes.

Por outro lado, o advogado da DaVita, Daniel Andreoli, argumentou que a cobertura do SUS é um desafio maior para clínicas menores, mencionando que 70% a 80% dos tratamentos de diálise crônica são custeados pelo SUS.

O relator José Levi reconheceu a complexidade da operação, advertindo sobre os riscos envolvidos, mas concluiu que o ACC poderia resultar em um cenário mais favorável. Além disso, a DaVita deverá informar suas futuras operações no Brasil por cinco anos.

O Cade identificou um mercado de hemodiálise extremamente concentrado, e essa operação deverá ser monitorada cuidadosamente.