BTG compra unidade de gestão de fortunas da JGP e chega a R$ 120 bi em ativos de 'family office'
BTG Pactual busca se tornar o maior gestor de fortunas da América Latina com a aquisição da JGP Asset Management. O acordo reforça a estratégia do banco de consolidar sua posição no mercado de gestão de fortunas, aumentando seus ativos administrados para cerca de R$ 120 bilhões.
BTG Pactual assina acordo para adquirir multifamily office com sede no Rio de Janeiro, visando se tornar o maior gestor de fortunas da América Latina.
O banco comprará a unidade de gestão de fortunas da JGP Asset Management, que administra R$ 18 bilhões em ativos. O valor da transação não foi divulgado. Com essa aquisição, o BTG passará a administrar cerca de R$ 120 bilhões em ativos de family office.
André Jakurski, cofundador da JGP, assumirá o cargo de chairman do comitê de investimentos do BTG e manterá seu cargo na JGP, que continuará como uma empresa independente.
Jakurski, cofundador do Banco Pactual em 1983, é também mentor de André Esteves, presidente do conselho do BTG. Esteves comentou: "Ele foi meu sócio por muitos anos... motivo de orgulho."
A aquisição segue a compra da unidade brasileira do Julius Baer Group em março, que aumentou a equipe de gestão de fortunas do BTG para mais de 500 funcionários. Em setembro de 2022, o banco já havia adquirido o Greytown Advisors, de Miami.
Rogério Pessoa, do BTG, afirmou que a instituição busca consolidar-se no mercado e continuará buscando aquisições de multifamily offices na América Latina.
Ao final do primeiro trimestre, o BTG tinha R$ 1 trilhão (US$ 170 bilhões) sob gestão, comparado com US$ 220 bilhões do JPMorgan na região.
Pessoa garantiu que nada mudará para os clientes do Julius Baer e da JGP. O banqueiro também comentou sobre o cenário fraco do setor de gestão de ativos no Brasil, mas ressaltou que a empresa quer estar pronta quando os mercados se recuperarem.
O Citigroup considerou a aquisição "positiva do ponto de vista estratégico", destacando o "poder de negociação" do BTG. A captação via ações na América Latina caiu 8% em 2024, somando apenas US$ 1,8 bilhão.