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Brincar com fogo: sem negociação, agro vira moeda de troca

O governo brasileiro enfrenta dilemas na aplicação da Lei da Reciprocidade em resposta às tarifas dos EUA, com riscos iminentes para o agronegócio. A falta de diplomacia direta pode comprometer a imagem e os interesses comerciais do Brasil no cenário global.

Debate sobre a Lei da Reciprocidade ganha força no Brasil em resposta ao aumento das tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros, em especial aço e alumínio.

Congressistas e setores industriais pedem uma reação proporcional do governo federal. No entanto, cuidado é crucial, pois o agronegócio brasileiro é uma peça fundamental na economia.

O Brasil, um dos maiores exportadores de alimentos, energia limpa e fibras, corre grande risco ao retaliar diretamente os EUA. A reciprocidade pode parecer soberania, mas mal calculada, transforma o agro em moeda de troca.

A falta de uma resposta diplomática adequada por parte do governo é alarmante. O Itamaraty optou por uma queixa formal à OMC sem buscar diálogo direto com a administração dos EUA.

Os EUA são concorrentes e parceiros estratégicos do Brasil, importando carnes, frutas, sucos, entre outros, e exportando insumos e tecnologia. Uma guerra comercial pode ter efeitos colaterais devastadores.

Uma escalada tarifária compromete não apenas o setor exportador, mas também a imagem do Brasil no mercado global e a continuidade de acordos como o do Mercosul com a União Europeia.

A diplomacia deve evitar que conflitos aumentem. O governo brasileiro precisa agir com estratégia e cautela, utilizando todos os mecanismos legais e diplomáticos disponíveis.

O futuro de milhões de produtores e trabalhadores está em jogo. Aplicar a Lei da Reciprocidade de forma automática pode ser prejudicial. O governo deve priorizar o diálogo antes de acionar tribunais internacionais.

Além disso, transformar o agro em alvo é brincar com fogo, o que pode trazer riscos maiores do que soluções.

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