Briga na Lupo: fechamento de capital da empresa opõe acionistas e vai parar na Justiça; entenda
A Lupo cancela assembleia após liminar de acionistas minoritários, que questionam falta de transparência e irregularidades na gestão. A proposta de fechamento de capital gera polêmica no relacionamento entre família fundadora e investidores.
Lupo cancela assembleia devido a conflito com acionistas minoritários
A Lupo, envolvida em um conflito com acionistas minoritários, cancelou uma assembleia marcada para 16 de outubro, que discutiria o fechamento de capital e o cancelamento do registro como companhia aberta. A decisão ocorreu após uma liminar dos minoritários que resultou na exclusão desse item da pauta.
A assembleia havia sido convocada por eles para a instalação do conselho fiscal e a eleição de um membro do conselho de administração. A proposta de fechamento de capital foi adicionada posteriormente pela gestão.
A Lupo, fundada em 1921 por Henrique Lupo, é uma das principais indústrias têxteis do Brasil. Com 807 lojas e um faturamento de R$ 1,9 bilhão em 2024, a empresa não se pronunciou sobre o cancelamento.
A Lupo estava em processo de oferta inicial de ações (IPO), planejando captar R$ 1,5 bilhão em 2021, mas o fechamento do mercado interrompeu esse processo.
Os acionistas minoritários, liderados por Wilton Lupo e Eduardo Quirino dos Santos, questionam a falta de informações detalhadas sobre transações entre partes relacionadas à família fundadora. Dados indicam que 90 CNPJs estão ligados à família, dificultando a avaliação do valor da empresa.
Além disso, há denúncias de irregularidades contábeis e fiscais e pedidos de esclarecimentos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os minoritários relataram dificuldades em participar de assembleias e em eleger membros do conselho fiscal.
A gestão da Lupo justificou o fechamento de capital pelos custos relacionados, mas os minoritários temem perder acesso a informações essenciais. Wilton Lupo afirmou buscar a transparência e boas práticas de governança, enquanto Eduardo Quirino ressaltou seu compromisso com a boa governança e defesa dos interesses de todos os acionistas.