Brava Energia aponta gargalos na infraestrutura e aposta em parcerias para ampliar oferta de gás
Brava Energia busca expandir mercado de gás natural, mas enfrenta desafios de infraestrutura. CEO destaca a importância do acesso à UPGN para aumentar a oferta e competitividade no setor.
A Brava Energia, resultado da fusão entre 3R Petroleum e Enauta, busca expandir sua atuação no mercado de gás natural não associado, mas enfrenta problemas de infraestrutura que dificultam o escoamento e processamento do gás.
O CEO da empresa, Décio Oddone, destacou que a falta de acesso a sistemas de infraestrutura é o principal obstáculo à expansão da oferta. “Temos gás que não conseguimos vender”, afirmou durante o seminário “Gás para Empregar” da Fiesp no dia 16.
A Brava detém 45% de um consórcio de uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), com capacidade de 6 milhões de metros cúbicos por dia, mas opera com ociosidade por falta de integração. Oddone mencionou que injetam gás na Bahia sem acesso à UPGN.
Oddone comentou que a Brava está em negociações com a Petrobras, que controla grande parte da infraestrutura de transporte e processamento do país, para acessar a UPGN. Ele ressaltou que o acesso a terceiros é crucial para liberar potencial de produção e oferecer gás a preços competitivos.
A Brava se especializa em gás natural não associado, que é extraído sem depender da produção de petróleo, ao contrário do gás associado, que distorce preços, referenciando ao gás natural liquefeito (GNL).
Para melhorar a situação, a Brava investe na estocagem subterrânea de gás. Em parceria com a Petrobras no campo de Marati, na Bahia, a empresa vê potencial para transformar a área em um ponto de armazenamento estratégico.
No Rio Grande do Norte, a Brava tem uma planta de processamento de gás parcialmente vendida à Petroreconcavo, visando operação conjunta. Oddone destacou a estratégia de compartilhar ativos para aumentar a eficiência e reduzir custos.