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Brasileiros apelam para carcaça de frango e espinha de porco para driblar inflação: 'A gente inventa'

Famílias de diferentes classes sociais enfrentam a alta dos preços dos alimentos e adaptam suas estratégias de compra. Enquanto Ionara busca alternativas simples para alimentar os filhos, Marcella troca marcas premium por opções mais acessíveis.

Ionara de Jesus, 43 anos, mãe de três, luta para alimentar sua família com o aumento da inflação dos alimentos, que atingiu 7,69% em 2022. A inflação afetou até os produtos básicos, como café e ovos, que tiveram um aumento de 50% e 40%, respectivamente.

Para lidar com a situação, Ionara dribla os preços trocando produtos: substitui o feijão tradicional por fradinho e o café por chá. A renda mensal de R$ 1.500 não cobre as necessidades alimentares, levando-a a depender de doações de cestas básicas.

A cesta básica em São Paulo custa cerca de R$ 851, ou 56% de um salário mínimo. Segundo o Dieese, o salário necessário para sustentar uma família de quatro pessoas seria de R$ 7.156,15.

Na Vila Nova Cachoeirinha, Luiz Benedito, 40 anos, e sua família também sentiram o impacto da inflação. Ele, que trocou um emprego estável por ser motorista de aplicativo, agora consome principalmente frango em vez de carne bovina.

Marcella Dragone, 40 anos, da Vila Madalena, opta por comprar alimentos orgânicos e trocou iogurtes caros por opções mais baratas. Assim como Luiz, recorre a embalagens grandes de produtos para economizar.

O economista André Braz explica que o impacto da inflação é mais severo nas famílias de menor renda, que dependem mais da alimentação do que de outros bens. Mudanças na dieta e estratégias de compra têm sido comuns entre as famílias afetadas.

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