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Brasileiras no topo do cinema global

Duas brasileiras fazem história ao serem escolhidas entre as 50 mulheres mais influentes do cinema, destacando o papel crescente das mulheres na indústria audiovisual. No entanto, a luta pela equidade de gênero e racial ainda é um desafio, com disparidades salariais e falta de visibilidade para profissionais femininas.

Duas brasileiras foram reconhecidas entre as 50 mulheres mais influentes do cinema mundial. Adriana Cacace, diretora-geral da Flix Media Brasil, e Roberta Correa, vice-presidente internacional da Cinemark, receberam o prêmio Top Women in Global Cinema na edição de 2025. Este reconhecimento evidencia a liderança feminina e a inovação na indústria global.

A economia criativa brasileira movimenta cerca de 3% do PIB nacional e emprega mais de 7,5 milhões de pessoas, sendo formada principalmente por micro e pequenos negócios. Esse setor é essencial para o audiovisual, onde mulheres trabalham em diversas funções, como roteiristas e organizadoras de festivais.

No entanto, a realidade é desafiadora. Dados apresentados pela ONU Mulheres Brasil durante o Marché du Film em Cannes indicam que, apesar de 48% das obras terem participação feminina, as mulheres ganham apenas 76% do salário dos homens. Mulheres negras, em especial, enfrentam ainda mais dificuldades, recebendo cerca de R$ 13.000 em comparação a R$ 24.000 dos homens.

É evidente que, apesar da presença feminina, a estrutura do setor é excludente e hierarquizada. Para mudar isso, políticas públicas são essenciais. A Política Nacional da Economia Criativa foi revitalizada pelo Ministério da Cultura, liderado pela ministra Margareth Menezes, com a nova Secretaria de Economia Criativa sob Claudia Leitão.

Na esfera legislativa, a Frente Parlamentar Mista busca avançar em propostas para a economia criativa, como o Projeto de Lei 2732 de 2022, que visa estimular áreas como arte, moda e tecnologia, com metas de criar até um milhão de novos empregos até 2030.

O reconhecimento das duas profissionais é uma oportunidade para o Brasil avançar na indústria criativa. Isso inclui garantir créditos para pequenos negócios culturais, promover circuitos de exibição fora dos grandes centros e fortalecer redes de mulheres no audiovisual.

É fundamental celebrar mulheres em posições de destaque, mas mais importante é que mais mulheres – especialmente aquelas de grupos marginalizados – tenham acesso a essas oportunidades. O cinema no Brasil vai além da arte; é trabalho, território e política.

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