Brasileira com lúpus presa nos EUA há um mês está sem remédios e passa por maus-tratos, diz família
Familiares denunciam que Daniele está enfrentando maus-tratos e falta de atendimento médico adequado durante sua detenção. A situação gerou mobilização entre políticos e organizações em defesa dos direitos dos imigrantes.
Familiares de Daniele Cândido da Silva, 34, brasileira presa no Arizona, relatam sérios problemas de saúde e maus-tratos.
Ela não tem acesso ao tratamento para lúpus, doença autoimune, e apresentou problemas como dores articulares, sangue nas fezes e na urina. O irmão, Ricardo, afirmou que ela está assustada.
Detida desde 17 de maio pelo ICE, Daniele foi transferida para o centro de detenção Eloy, distante 4.500 km de onde morava. Isso, segundo ONGs, dificulta o apoio jurídico e humanitário.
Ainda sem audiência com um juiz e sem explicações sobre sua detenção, a família acredita que ela está em situação regular. Ricardo afirmou que, após reclamações, ela foi colocada nua em um local de isolamento.
O ICE declarou que Daniele está detida "enquanto aguarda o processo de deportação." O órgão diz priorizar a saúde e bem-estar de detidos, garantindo assistência médica de emergência.
Natural de São João Evangelista (MG), Daniele chegou aos EUA em 2021 pedindo asilo. Sua situação gerou mobilização entre políticos brasileiros e americanos.
- A deputada federal Rosângela Reis solicitou informações ao Itamaraty.
- A deputada estadual de Massachusetts Priscila Sousa uniu esforços com outros parlamentares para investigar o caso.
Desde a mobilização, Daniele recebeu assistência e foi informada sobre uma futura audiência e ajuda médica.
A diretora-executiva da Brazilian Worker Center, Lenita Reason, afirmou que os direitos humanos estão sendo violados e busca um advogado pro bono para Daniele.
As organizações de imigrantes brasileiros nos EUA enviaram uma carta ao governo Lula, relatando uma crise humanitária e o aumento das prisões.