Brasil vende mais carne e menos aço aos EUA em abril e bate recorde de exportações
Exportações brasileiras para os EUA alcançam recorde, impulsionadas pela demanda por carne bovina. Apesar do crescimento no fluxo comercial, tarifas de importação impactam algumas vendas, como de aço e celulose.
Fluxo comercial entre Brasil e EUA cresce 9,4% nos quatro primeiros meses de 2024, atingindo US$ 27,2 bilhões— um recorde histórico.
Dados do Monitor do Comércio Brasil-EUA, organizados pela Amcham e obtidos pela EXAME, revelam:
- Exportações brasileiras: US$ 13,1 bilhões (alta de 3,7%)
- Importações: US$ 14,1 bilhões (crescimento de 14,6%)
- Saldo negativo: US$ 1 bilhão
No mês de abril, exportações totalizaram US$ 3,6 bilhões, com crescimento de 21,9% em relação a abril de 2023.
O aumento foi impulsionado por produtos como carne bovina, suco de laranja, aeronaves e café. A carne bovina teve aumento extraordinário de 1.006% em valor exportado, passando de US$ 21 milhões em abril de 2023 para US$ 229 milhões em 2024.
Fernando Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, destaca a alta demanda dos EUA por carne devido à redução do rebanho americano. A tendência de compras deve se manter.
Queda nas exportações: A venda de aço brasileiro caiu 23,2% em abril após os EUA taxarem o produto em 25%. A celulose também teve baixa de 23,4%. O açúcar apresentou uma forte queda de 88,1%. Além disso, houve uma redução de 29% nas vendas de óleos brutos de petróleo.
As novas tarifas do presidente Trump, incluindo taxas de 10% para produtos brasileiros e 25% para aço, alumínio e automóveis, complicam ainda mais a situação.
A Amcham afirma que esses dados ainda não refletem completamente os impactos das tarifas. Os EUA continuam sendo o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China.
Os 10 itens mais exportados do Brasil para os EUA em abril totalizaram US$ 3.568 milhões.