Brasil tem um encontro marcado com a crise, diz Maílson da Nóbrega sobre contas públicas
Ex-ministro prevê uma crise econômica iminente no Brasil até 2027, devido ao estrangulamento do orçamento público. Ele alerta que o país precisa enfrentar desafios fiscais e aproveitar a crise para implementar reformas estruturais necessárias.
Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, alerta sobre a próxima crise econômica no Brasil, resultante do estrangulamento da máquina pública pelos altos gastos do governo.
Ele aponta que o apagão orçamentário previsto para 2027, descrito durante o PLDO, evidencia a insustentabilidade do sistema fiscal vigente desde a Constituição de 1988.
De acordo com Maílson, 52% das despesas primárias são destinadas à Previdência, e ao incluir educação, saúde e programas sociais, esse total sobe para 94%. Isso deixa apenas 4% do orçamento para áreas como ciência e tecnologia.
O secretário de Orçamento Federal, Clayton Montes, reconheceu a limitação orçamentária em 2027, o que comprometerá políticas públicas.
Maílson acredita que o Brasil está a um passo de uma crise inevitável até 2027. Ele sugere que a solução inclui financiar a máquina administrativa com cautela, sem descartar o arcabouço fiscal.
Ele critica o uso de contingenciamento como estratégia para lidar com a crise fiscal, destacando a recente liberação de R$ 300 milhões pelo Ministério da Educação.
Apesar das dificuldades, Maílson confia na capacidade do Brasil de superar a crise. Ele menciona o sólido sistema financeiro e a força do agronegócio como bases para um futuro promissor.
Além disso, ele vê a possibilidade de reformas estruturais a partir da crise, enfatizando a importância da reforma tributária como um passo inicial dessa nova fase.
Para Maílson, essa reforma é a maior e melhor desde os anos 1960, contribuindo para a eficiência e produtividade do Brasil.