Brasil tem pouco a perder retaliando EUA e Trump respeita coragem, diz Nobel de Economia à BBC Brasil
Krugman sugere que o Brasil adote uma postura de retaliação em resposta às tarifas de Trump, enfatizando que o país teria pouco a perder. A conversa gira em torno da relação comercial entre Brasil e EUA e o impacto das políticas americanas sobre as inovações brasileiras, como o sistema de pagamentos Pix.
Brasil enfrenta tarifas de 50% dos EUA em produtos brasileiros, a maior alíquota da ofensiva comercial de Trump, a partir de 1º de agosto.
Paul Krugman, economista e Nobel de Economia, sugere que o Brasil pode retaliar com aumento de tarifas sobre produtos americanos, argumentando que isso poderia forçar Trump a recuar.
O Brasil está atualmente negociando com os EUA para evitar a implementação das tarifas. Krugman critica a estratégia de concessões, afirmando que não seriam suficientes para satisfazer o governo americano.
Krugman acredita que retaliação pode ser a melhor opção para o Brasil, uma vez que reafirma a necessidade de que Trump reconheça que não se pode intimidar o Brasil na arena internacional.
Krugman defende o sistema de pagamentos Pix, destacando que sua eficácia e inovação despertam o descontentamento de operadoras de cartões nos EUA. Ele considera insana a investigação americana sobre o Pix, defendendo que compete de forma justa.
O economista também aponta que Trump vê relação pessoal no caso do Brasil por causa do julgamento de Jair Bolsonaro e seu alinhamento ideológico.
Krugman expressa preocupações sobre a democracia nos EUA, sugerindo que o país pode estar se movendo para um regime menos democrático e critica a postura do governo americano em relação aos acordos comerciais.
Possíveis consequências da guerra comercial incluem aumento de preços ao consumidor, mas Krugman acredita que recessão não é um resultado certo.
No geral, Krugman vê a situação atual como uma mudança fundamental na política comercial e na democracia americana, questionando se essas transformações são reversíveis.