Brasil tem “encontro marcado” com a crise, diz Maílson da Nobrega
Maílson da Nóbrega prevê que a crise econômica no Brasil é iminente e pode ocorrer em até dois anos. O economista critica o arcabouço fiscal atual e questiona a eficácia das isenções de imposto de renda propostas pelo governo.
Maílson da Nóbrega, economista e sócio da Tendências Consultoria, afirma que o Brasil tem um “encontro marcado” com a crise econômica em até 2 anos. O ex-ministro da Fazenda, que atuou no governo de José Sarney, diz que essa crise cairá no colo do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou do próximo presidente.
Maílson baseia seu prognóstico em estudos que indicam que, em 2027, os gastos obrigatórios ocuparão toda a margem do arcabouço fiscal. Ele menciona problemas orçamentários, como a falta de recursos da Embrapa e do IBGE.
O economista alerta que o colapso fiscal pode ocorrer até 2027, destacando que se isso acontecer antes, comprometerá a reeleição de Lula. Para Maílson, o arcabouço fiscal é “letra morta” desde a sua aprovação em 2023.
Critica o projeto de isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000, considerando o valor alto para a média da sociedade, e defende um IR Mínimo de até 15% para os mais ricos.
Sobre as tarifas de importação de Donald Trump, Maílson considera o plano um “desastre temporário” e critica a administração de Trump como “analfabeta” em economia. Ele acredita que medidas protecionistas não serão aceitas passivamente e que os EUA enfrentarão problemas à medida que os investidores perderem dinheiro.
Maílson também é cético quanto aos benefícios que o Brasil poderia ter com o tarifaço de Trump, afirmando que para aumentar exportações, as empresas precisam de tempo e planejamento. Ao final, conclui que “esta é uma guerra sem ganhadores” e se todos perdem, o Brasil não consegue ganhar.