Brasil reinjeta 53% da produção de gás natural em junho
A reinjeção de gás natural no Brasil atinge 53% da produção total em junho, superando a média mundial. O ministro de Minas e Energia critica os altos preços do gás e defende a ampliação da oferta interna para beneficiar a indústria.
Brasil reinjeta 96,3 milhões de m³/dia de gás natural em junho, representando 53% da produção total de 181,6 milhões de m³/dia.
As informações são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
A reinjeção ganhou força a partir de 2015 com a operação das grandes plataformas do pré-sal. Aproximadamente 85% do gás extraído é do tipo associado, produzido junto ao petróleo.
Operadoras enfrentam a decisão de comercializar o gás ou reinjetá-lo, já que a retirada é essencial para viabilizar a produção de óleo.
A reinjeção tem como principal objetivo aumentar a produção de petróleo, elevando a pressão nos reservatórios para facilitar a extração do óleo, que tem valor de mercado mais alto.
No Brasil, a taxa de reinjeção supera 50%, acima da média mundial que varia entre 20% a 35%.
Esse cenário reduz a quantidade de combustível disponível internamente, elevando os preços para a indústria brasileira.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), critica a elevada taxa de reinjeção e seus impactos nos custos da cadeia produtiva. Ele afirma: “O preço do gás natural no Brasil é absurdo e prejudica nossa indústria intensiva em energia.“
Silveira sugere o aumento da oferta interna pela Petrobras para reduzir os preços, afirmando que não há justificativa para a reinjeção.
Ele nega que haja intervenção na companhia e destaca que, se houvesse, a Petrobras não estaria tão valorizada como está atualmente.