Brasil rechaça taxa de carbono da Europa e prepara resposta
Brasil estuda implementar sua própria taxação de carbono em resposta ao CBAM da União Europeia. O objetivo é conter impactos nas exportações e buscar novos parceiros comerciais em um cenário de regulamentações ambientais crescentes.
Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda estuda taxação de carbono no Brasil, em resposta ao CBAM (Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira) da União Europeia.
A taxa, que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2026, exige que importadores declarem carbono emitido e adquiram certificados CBAM para compensar emissões.
O objetivo do Brasil é entender como implantar seu próprio CBAM e identificar parceiros comerciais. Autoridades criticam a iniciativa europeia como protecionismo.
Em abril, os países do Brics reprovaram o CBAM, chamando a medida de unilateral e discriminatória.
Sete setores serão afetados pelo CBAM: ferro, aço, alumínio, químicos, cimento, fertilizantes e eletricidade.
A pesquisadora Thais Diniz Oliveira alerta para os desafios que a nova taxa trará à indústria exportadora.
Ministério realizou acordo com a ABDI para mapear as implicações do CBAM na indústria brasileira.
Estimativa de exportações brasileiras para a UE: US$ 50 bilhões em 2022, sendo aço e alumínio os mais impactados pelo CBAM.
Discussões sobre possível extensão da taxa para o setor agro também estão em andamento.
Consultores alertam que a metodologia do CBAM falha ao considerar as particularidades da produção em áreas tropicais.
Críticas quanto à regulação unilateral do CBAM foram levantadas por especialistas, sugerindo que ela pode gerar barreiras comerciais, contradizendo a lógica de um mercado de carbono global.