Brasil pode sair ganhando com tarifaço de Trump?
Brasil é taxado com alíquota mínima de 10% no tarifaço de Trump, aliviando preocupações sobre o impacto mais severo. As implicações da medida podem gerar oportunidades no agronegócio e acelerar acordos comerciais, mas os riscos globais permanecem.
Tarifaço de Trump gera expectativas mistas para o Brasil.
Os EUA incluíram o Brasil na menor alíquota extra de importação (10%), aliviando temores de taxas maiores. Produtos brasileiros terão um custo maior no mercado americano, mas com menos impacto que países como China (54%), Índia (26%) e Japão (24%).
A retaliação da China inclui tarifas de 34% sobre produtos dos EUA, provocando queda nas bolsas e instabilidade global. Especialistas preveem que o tarifaço elevará a inflação nos EUA e diminuirá o comércio mundial em 1% em 2023.
Dentre os possíveis benefícios para o Brasil, destacam-se:
- Ganho de competitividade no mercado americano por conta da sobretaxa a outros países.
- Aumento nas vendas de commodities para a China.
- Aceleração do acordo Mercosul-União Europeia.
O saldo, no entanto, tende a ser negativo, devido à incerteza global e riscos para a economia brasileira.
A desvalorização do dólar pode aliviar a inflação brasileira. No entanto, a trajetória da moeda permanece incerta, com recente alta a R$ 5,83, após as instabilidades.
O presidente da ApexBrasil ressalta que as eventuais vantagens para o Brasil não compensam o cenário global instável e que um mundo inseguro afeta todos os países.
Cenário do Acordo Mercosul-União Europeia
O acordo, em fase final, ainda enfrenta resistência na União Europeia, especialmente da França. Entretanto, a situação atual pode ser uma oportunidade para finalizar a implementação do tratado, que promete reduzir tarifas e aumentar benefícios mútuos.
A resistência francesa, contudo, persiste, dado que os volumes comerciais entre a UE e os EUA são predominantemente maiores que com o Mercosul.
Considerações Finais
A guerra comercial e as recentes diretrizes de tarifas estão moldando um ambiente de incerteza para as trocas comerciais do Brasil. As expectativas sobre o impacto real das medidas permanecem divergentes entre os especialistas.