Brasil pode receber onda de marcas de relógios de luxo com acordo, diz executivo
A ratificação do acordo entre o Mercosul e a EFTA pode atrair novas marcas de luxo ao Brasil, que atualmente enfrenta desafios devido a altos impostos de importação. Freddy Rabbat acredita que a redução dessas tarifas poderia transformar o panorama do mercado de luxo local e aumentar significativamente as vendas.
Mercado de luxo no Brasil enfrenta paradoxos. Apesar do potencial de consumo e familiaridade com produtos sofisticados, o país é um dos mais desafiadores para marcas internacionais.
Analistas focam na ratificação do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, mas outro acordo, com a EFTA (Noruega, Islândia, Suíça, Liechtenstein), pode impactar o setor de luxo. Freddy Rabbat, da TAG Heuer, afirma que a ratificação traria um aumento de marcas suíças no Brasil.
Com a redução de impostos, esperam-se novas lojas de luxo. Atualmente, o alto imposto de importação inviabiliza a atuação de marcas, resultando em preços elevados comparados ao exterior.
Rabbat destaca a saída de marcas na última década devido à política de preços. “Empresas precisam de preços internacionais para não perder consumidores,” explica. Consumidores de luxo brasileiros viajam de uma a quatro vezes ao ano, preferindo compras no exterior.
O cenário tributário desfavorável limita o varejo e a arrecadação de impostos. Rabbat compara o Brasil ao México, que atrai marcas internacionais ao gerar empregos localmente.
No último trimestre de 2024, o México adquiriu 91,6 milhões de francos suíços em relógios, enquanto o Brasil apenas 14,4 milhões. A liberalização tarifária pode reformular este quadro.
Até mesmo tarifas americanas sobre produtos suíços podem favorecer o Brasil, com preços globais se igualando ao cenário atual do país.
Rabbat evidencia a mudança de comportamento do consumidor com a ascensão dos smartwatches e a importância simbólica dos relógios de luxo. Ele defende a valorização do consumo de luxo no Brasil e os benefícios econômicos resultantes.