Brasil “melhor”, mas não imune: como mercado local está em meio à turbulência global?
Mercados globais enfrentam forte turbulência devido às novas tarifas comerciais dos EUA, que geram incertezas e riscos de recessão. O Brasil pode se beneficiar a curto prazo, mas também não está isento das consequências negativas.
Bolsas e commodities globalmente enfrentam uma queda significativa devido ao *anúncio de tarifas comerciais* pelos EUA, impactando a economia mundial, incluindo o Brasil.
Fernando Ferreira, da XP Investimentos, ressalta que as tarifas podem provocar uma recessão global, especialmente com as retaliações já anunciadas por países como a China.
A história mostra que recessões podem levar quedas significativas no S&P 500, sugerindo que o mercado já está *precificando uma recessão*.
O Brasil, apesar de um impacto relativo menor, ainda não está imune. As tarifas impostas ao Brasil são mais brandas (10%). Isso pode resultar em maiores oportunidades de exportação.
Porém, as tarifas também podem levar a uma recessão mundial, o que afetaria todos os ativos, incluindo os brasileiros. O *cancelamento das tarifas* é visto como um fator essencial para a recuperação dos mercados.
O Fed poderia intervir com cortes de juros adicionais, mas o seu presidente, Jerome Powell, indicou que não há pressa para mudanças na política monetária.
A taxa de juros dos EUA, atualmente em 4,5%, ainda tem espaço para cortes, com o mercado precificando até cinco reduções para 2025.
O noticiário negativo também afeta a América Latina de forma mais branda do que outros mercados emergentes, com tarifas recíprocas médias de 10% na região.
O BBA destaca o desempenho negativo das ações e commodities mas aponta oportunidades de *investimento em setores defensivos e tecnologia*.
Em relação ao Brasil, estratégias de *proxies de inflação* podem se beneficiar neste cenário, dado o tipo de taxas tarifárias e o valuation das ações.
Por fim, no atual ambiente volátil, Ferreira sugere cautela, recomendando diversificação de carteira e atenção às oportunidades de compra, com a ressalva de que o mercado pode ainda enfrentar mais quedas.