Brasil lidera em potencial de combustível sustentável aéreo
Brasil se destaca como líder na produção de combustíveis sustentáveis de aviação, com forte potencial para descarbonizar o setor na América Latina. Investimentos substanciais serão necessários para viabilizar a transição, que pode elevar os custos e impactar a demanda por voos.
Brasil é apontado como potencial líder na descarbonização da aviação na América Latina, através da produção de SAF (combustível de aviação sustentável). Estudo do MIT destaca pontos fortes do Brasil: volume de produção, disponibilidade de matéria-prima e experiência com biocombustíveis.
A pesquisa, intitulada “Opções para descarbonizar a aviação na América Latina de forma sustentável”, foi financiada por LATAM e Airbus e analisou condições socioeconômicas e políticas de diversos países.
Transporte aéreo: representa 3,5% do PIB da América Latina e gera 7,7 milhões de empregos. Apesar da meta de zerar emissões líquidas até 2025, o estudo aponta dificuldades com as políticas atuais. A demanda por aviação deve triplicar até 2050, duplicando as emissões.
SAF é considerado a principal solução para a descarbonização do setor. O Brasil pode ser um fornecedor relevante devido à sua expertise na produção de biocombustíveis, especialmente a partir de cana-de-açúcar, óleo de palma, óleo de soja e resíduos agrícolas e florestais.
O custo da produção de SAF é superior ao do querosene, variando de R$ 6,3 a R$ 8,53 por litro, comparado a R$ 6 a R$ 8. Investimentos necessários até 2025 somam aproximadamente US$ 204 bilhões:
- Brasil – US$ 84 bilhões
- Chile – US$ 27 bilhões
- Colômbia – US$ 23 bilhões
- Equador – US$ 5 bilhões
- Peru – US$ 16 bilhões
Desafios: A falta de políticas públicas pode aumentar preços e dificultar a transição para o SAF. Combustíveis representam 40% dos custos operacionais das aéreas; SAF pode elevar custos e impactar a conectividade.
A diretora de Assuntos Corporativos da LATAM Brasil enfatiza a importância de soluções sustentáveis e de um caminho adequado para evitar elevações de custos.
O estudo ainda sugere o comércio regional de SAF como uma estratégia para beneficiar produtores e consumidores. Colaboração entre países permitiria acesso a combustíveis competitivos e oportunidades de mercado para o Brasil e outros países produtores.
O vice-presidente da Airbus na América Latina reforça que a colaboração é essencial para alcançar metas de redução de emissões e fortalecer a indústria de SAF.