Brasil inaugura maior biofábrica de 'mosquitos do bem' do mundo: 100 milhões de ovos por semana
A nova biofábrica tem a capacidade de produzir 100 milhões de ovos de mosquito por semana e atenderá inicialmente o Ministério da Saúde. O método busca reduzir a transmissão de arboviroses e já foi expandido para diversas cidades no Brasil.
Inauguração da Wolbito do Brasil: O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP) lançaram, em 19 de novembro, a maior biofábrica do mundo para criar o Aedes aegypti inoculado com a bactéria Wolbachia. Esta bactéria impede a transmissão de dengue, chikungunya e zika.
A biofábrica, com 70 funcionários, pode produzir 100 milhões de ovos por semana. Inicialmente, atenderá o Ministério da Saúde, que selecionará municípios para implementar o método baseado em mapas de incidência dessas doenças.
Expansão do método: Desde 2014, o método está em teste em bairros do Rio de Janeiro e Niterói. Expansões ocorreram em seis cidades: Londrina, Foz do Iguaçu, Joinville, Petrolina, Belo Horizonte e Campo Grande. Atualmente, está sendo implantado em Presidente Prudente, Uberlândia e Natal, com novas liberações previstas para Santa Catarina, Goiás e Brasília.
Funcionamento do método: A Wolbito enfatiza que o método não utiliza mosquitos transgênicos e é complementar a outras práticas de controle. O IBMP, parceiro da biofábrica, é resultado de uma colaboração entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Em 14 países, o método libera mosquitos com Wolbachia para se reproduzirem com a população local, reduzindo a transmissão de arbovírus. Estudos mostram que a bactéria oferece vantagem reprodutiva aos mosquitos infectados.
Segundo a Fiocruz, para cada R$ 1 investido, a economia em tratamentos pode variar entre R$ 43,45 e R$ 549,13.