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Brasil entra na rota de sanções contra a Rússia, de quem compra mais de 60% do diesel importado

Sanções da União Europeia visam pressionar Rússia e impactar comércio de diesel com o Brasil. Países importadores enfrentam aumento de custos enquanto a União Europeia intensifica ações contra o petróleo russo.

A Europa intensificará as sanções contra a Rússia visando principalmente o comércio de petróleo. A decisão foi anunciada após acordos entre líderes europeus e o presidente dos EUA, Donald Trump.

O 17º pacote de sanções da União Europeia foi divulgado em 20 de setembro, focando na pressão econômica sobre a Rússia. Apesar de não interromper o fluxo de petróleo, as sanções já afetam os preços, o que pode impactar o Brasil.

Em 2024, a Rússia tornou-se a principal origem do diesel importado pelo Brasil, que depende de 63,6% das importações deste combustível do país. Lula já indicou que a dependência pode chegar a 30% devido ao déficit na produção interna.

O presidente do Brasil defende as relações com a Rússia, considerando-a um parceiro comercial. Enquanto isso, a União Europeia mira na "shadow fleet", composta por 350 petroleiros que transportam petróleo russo, responsáveis por 85% da oferta desde a invasão da Ucrânia.

Aproximadamente 24 dias são necessários para que o petróleo russo chegue ao Brasil, passando por rotas complexas e potencialmente perigosas devido à presença da OTAN. Escaramuças militares recentes aumentaram a tensão, como a abordagem de um petroleiro grego pela marinha russa.

A chanceler da União Europeia, Kaja Kallas, confirmou que uma nova edição de sanções está sendo elaborada, junto à discussão no G7 sobre a redução do teto de preços do petróleo russo.

O ministro francês, Jean-Noël Barrot, demonstrou apoio a fortes tarifas contra negócios com a Rússia, enquanto a presidente da UE, Ursula von der Leyen, se comunica com os EUA sobre o assunto.

As importações de diesel para o Brasil, que já apresentavam um diferencial de preço em relação ao diesel americano, foram reduzidas, com a diferença caindo de R$ 0,15 para R$ 0,04 por litro. A Petrobras não compra diesel russo, mas o setor privado depende fortemente do combustível russo, apesar das sanções.

As grandes distribuidoras já mostram cautela nas aquisições, enquanto pequenos fornecedores ainda mantêm relações comerciais com a Rússia, o que pode complicar a busca por alternativas e impactar os preços nos postos de combustíveis brasileiros.

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