Brasil enfrenta desafio com tarifaço de Trump e aposta em negociações discretas
As novas tarifas de importação dos EUA impõem desafios ao Brasil, especialmente na indústria de transformação. Com 70% das exportações brasileiras sujeitas a alíquotas, as negociações diplomáticas se tornam essenciais para mitigar os impactos.
Brasil enfrenta novos desafios comerciais com os EUA após um ano de festividades pelo bicentenário das relações entre os países.
Em 2 de abril, o presidente americano, Donald Trump, anunciou tarifas que alteram o comércio global, com o Brasil recebendo alíquotas de 10% em exportações, mas alguns setores, como indústria de transformação, serão mais impactados.
Frederico Lamego, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirmou que a preocupação do governo americano está em outras negociações. A indústria está apreensiva, com 70% das exportações brasileiras sujeitas à nova alíquota de 10% e 20% a tarifas maiores.
O Brasil reagiu moderadamente, contestando as tarifas que “violam compromissos da OMC” e foram criticadas pelo presidente Lula em reunião da Celac.
A expectativa é que o setor de álcool possa negociar cotas, com possibilidades de abertura para açúcar brasileiro e etanol dos EUA. Contudo, Lamego vê essa solução ainda distante.
A diplomacia brasileira permanece ativa, com reuniões entre ministros do Brasil e dos EUA, e o país procura abrir discussões sobre comércio além das tarifas, incluindo tecnologia e energia.
A lei da reciprocidade, aprovada rapidamente, permite retaliar barreiras comerciais, mas há apostas em um cenário de acomodação no comércio.
As exportações brasileiras para os EUA chegaram a US$ 31,6 bilhões no último ano, tornando o país o maior destino dos produtos industriais do Brasil.
Por fim, o Brasil também busca oportunidades com a China, a fim de aproveitar novas cadeias de valor globais e reconfigurar acordos comerciais.