Brasil dobra aposta nos Brics e desafia Trump, diz jornal britânico
Brasil reforça laços com os Brics em resposta às tarifas impostas por Trump, buscando diversificação nas relações comerciais. Assessor de Lula critica intervenções do ex-presidente americano e destaca a importância do bloco para um comércio global equilibrado.
Brasil pretende fortalecer o Brics como resposta às ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, segundo Celso Amorim, assessor de Relações Exteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O Brics, que inclui Brasil, Rússia, China, Índia, Irã, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos e Egito, representa quase 50% da população mundial e 40% da riqueza global.
Amorim criticou a interferência de Trump em assuntos internos do Brasil, comparando-a a ações coloniais. As tarifas, anunciadas em 9 de julho, visam o tratamento judicial dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula chamou a ameaça de Trump de "chantagem inaceitável". Amorim destacou a intenção do Brasil de diversificar suas relações e fortalecer o Brics, apesar das pressões de Washington.
Trump atribui motivação política à sua decisão, enquanto Amorim afirmou que o Brics não é ideológico, mas uma iniciativa para apoiar a ordem multilateral global.
Amorim também pediu à União Europeia a ratificação do acordo com o Mercosul e mencionou que o Canadá demonstrou interesse em um acordo de livre comércio com o Brasil.
Lula se mostrou disponível para negociações sobre a taxação e criticou publicamente a falta de canais de diálogo com a Casa Branca.
Governadores de oposição, como Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO), criticaram a abordagem de Lula, dizendo que a relação comercial com os EUA é mais importante que a situação de Bolsonaro.