Brasil deve virar destino de carros antes exportados aos EUA, avaliam importadoras
A guerra comercial entre Estados Unidos e China intensifica a concorrência no setor automotivo brasileiro. Montadoras buscam se adaptar a um cenário econômico desafiador enquanto as vendas de veículos importados aumentam.
Escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e potências aumenta a competição no mercado automotivo no Brasil, afirma Marcelo Godoy, presidente da Abeifa.
O fenômeno já ocorre desde o ano passado e deve se intensificar com as tensões entre Estados Unidos e China. Godoy comenta que a super taxação americana afetará a disputa, possibilitando que carros exportados da Europa e do México sejam direcionados ao Brasil.
Ele destaca que, mesmo se as taxas forem revertidas, a competição deve continuar a crescer, com o Brasil sendo um dos maiores mercados com potencial de crescimento e baixa penetração.
Godoy observa que consumidores de carros importados têm maior poder aquisitivo e são menos afetados por oscilações de preços. Com a alta persistente do dólar (R$ 5,70 a R$ 5,90), montadoras não repassam totalmente os aumentos de custo.
No primeiro trimestre de 2025, vendas de carros importados no Brasil cresceram 33,9%, totalizando 27.400 unidades. De acordo com a Abeifa, dos emplacamentos totais, 25.500 foram de modelos eletrificados, representando 9,8% do total.
A associação prevê um crescimento de 10% a 12% para veículos importados em 2025, mas Godoy ressalta a importância de monitorar os impactos da guerra comercial e mudanças econômicas no Brasil.
O primeiro semestre foi positivo, mas a período eleitoral pode levar empresários a postergar compras.