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Brasil deve terminar atual gestão perto com déficit nominal de 8,5% do PIB, projeta Mansueto

Economista do BTG Pactual aponta que, apesar da melhora no debate fiscal, Brasil ainda enfrenta déficit primário e desafios estruturais significativos. Ele destaca a urgência de reformas para evitar problemas maiores na economia nos próximos anos.

Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual, considera “bom” o recente debate entre Congresso e Executivo sobre questões fiscais, realizado no domingo, 8 de junho.

Ele destaca que, apesar da recuperação das receitas, as contas do governo federal ainda estão no vermelho.

Segundo Mansueto, o debate fiscal é crucial e deve começar agora para gerar mudanças significativas. A reforma da Previdência é citada como exemplo, iniciada em 2016 e aprovada em 2019 após três anos de discussões.

O dívida primária projetada pelo BTG para este ano é de R$ 75 bilhões, permitindo o cumprimento da meta fiscal, mesmo com gastos fora da regra. No entanto, ele expressa preocupação com os altos juros, dificultando a estabilização da dívida.

O dívida nominal foi de 8,8% do PIB no ano passado, e espera-se que se mantenha em 8,2% a 8,4% do PIB para o próximo ano. Ao final da atual gestão, estima-se um déficit nominal de 8,5% do PIB, colocando o Brasil entre os cinco países com maior déficit nominal.

Mansueto ressalta a dificuldade de implementar reformas estruturais, destacando que mais da metade das despesas primárias são influenciadas por INSS, previdência e programas assistenciais.

Ele vê os marcos regulatórios como uma boa notícia que sustenta os investimentos em infraestrutura, mas alerta para a necessidade de um ajuste. Caso os juros permaneçam altos em 2027, diversos problemas podem surgir.

“A situação não está boa, mas precisamos convencer a sociedade a agir agora, ou enfrentaremos problemas sérios à frente", conclui Mansueto, enfatizando que o Brasil não pode suportar juros reais de 7% a 8% por uma década.

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