Brasil deve ter uma margem de até 150 produtos em negociação com os EUA para evitar tarifaço de Trump
Brasil limita negociação com os EUA a até 150 produtos para proteger exportações diante do aumento de tarifas. Exceções na Tarifa Externa Comum visam garantir flexibilidade e mitigar impactos nas indústrias nacionais.
Brasil deve limitar em 150 produtos para negociações com os EUA, visando proteger exportações do tarifaço imposto por Donald Trump, que aumentou alíquotas de importação para 10%.
Chanceleres do Mercosul aprovaram adicionar 50 códigos tarifários à lista de exceções da Tarifa Externa Comum (TEC) a pedido da Argentina. No entanto, a medida depende da aprovação da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Objetivo é oferecer compensações, como redução de tarifas de importação em troca de impostos menores dos EUA. O etanol é um exemplo, com imposto de 2,5% nos EUA e 18% no Brasil.
Brasil e Argentina têm flexibilidade para ajustar alíquotas de cem produtos, enquanto Paraguai e Uruguai lidam com aproximadamente 400. A adição de 50 códigos trará mais opções nas negociações.
O governo brasileiro deve evitar usar toda a lista de produtos para não comprometer as indústrias nacionais. Já a Argentina tende a abrir seu mercado para reduzir tarifas e negociar um acordo.
Antes do tarifaço, foi implementada uma sobretaxa de 25% sobre importações de aço e alumínio, com as negociações entre Brasil e EUA já em andamento desde março.
Brasil é visto como um dos primeiros a fechar um acordo, especialmente na questão do aço, onde seria criada uma cota para produtos siderúrgicos sem sobretaxa.
No contexto da guerra comercial, a China é o principal alvo dos EUA, que exigem transparência nas relações entre Brasil e China, os maiores compradores de produtos brasileiros.
Os EUA alertam que restrições ao aço poderiam resultar em um aumento de siderúrgicos chineses no Brasil, sugerindo, implicitamente, que o Brasil poderia também taxar a China.