Brasil de volta ao radar? O que investidores estão pensando, segundo o JPMorgan
Investidores globais reavaliam estratégias em meio a tensões nos EUA e a possibilidade de uma desaceleração econômica. Brasil e Chile despontam como destinos promissores para alocação de recursos, segundo análise do JPMorgan.
Expectativas para América Latina em meio a tensões geopolíticas: Investidores reavaliam estratégias globais, com foco crescente em Brasil e Chile.
O cenário foi discutido em um encontro do JPMorgan com sua equipe de estratégia de ações, realizado na sexta-feira (11).
A pesquisa revelou que a maioria dos investidores acredita que os Estados Unidos continuarão a oferecer melhores retornos em relação à eurozona e mercados emergentes, apesar do cenário de desaceleração.
O JPMorgan cortou sua projeção para o S&P 500 a 5.200 pontos e anticipa um movimento de rotação de ativos. O dólar deve perder força, segundo 61% dos participantes do webinar, devido a questões internas e taxas de juros crescentes.
Brasil e Chile foram destacados como os países mais promissores para valorização. A exposição ao Brasil foi elevada, ante uma previsão de aumento da Selic em setembro, seguido de cortes.
A confiança na bolsa brasileira é alta: 82% dos investidores esperam que o Ibovespa termine o ano em alta.
No Chile, o otimismo surge da queda do petróleo e do desempenhos de cobre. As eleições em novembro são vistas como uma incerteza que ainda não afetou os preços dos ativos.
Por outro lado, o México não foi mencionado entre as favoritas para 2024, devido ao risco de tarifas comerciais. A Argentina divide opiniões, com apenas 16% acreditando no destaque do país, mas o JPMorgan mantém uma visão construtiva.
Quando analisados setores, há cautela. O foco está em ações de bancos e elétricas; papéis de consumo e commodities são sugeridos para venda, pois a incerteza na economia global pode afetar preços.
A combinação de desaceleração econômica e lucros fracos deve comprometer resultados do setor de consumo no Brasil.