Brasil chega a quase 1 milhão de pessoas presas em 2024
População carcerária brasileira continua em alta, refletindo desigualdades raciais e superlotação crítica. A falta de vagas e a baixa participação em atividades de reinserção social agravam a crise do sistema penitenciário.
Brasil registra 909.594 pessoas privadas de liberdade em 2024, mantendo-se entre as maiores populações carcerárias do mundo.
A maioria dos encarcerados é composta por homens, 94% do total. A questão racial é marcante, com 68,7% dos presos sendo negros, em contraste com 29,9% de brancos. Esses dados raciais estão disponíveis para 85,3% do total de presos, indicando uma lacuna nos registros.
O sistema prisional enfrenta um déficit de 237.694 vagas em 2024, resultando em 1,4 presos para cada vaga. Essa superlotação agrava as condições de encarceramento e dificulta as políticas de reinserção social.
Apenas 10,6% da população prisional (163.477 pessoas) participa de atividades de laborterapia. A maioria (77,9%) é interna, enquanto 22,1% refere-se a atividades externas. Além disso, 80.230 presos não recebem remuneração pelos seus trabalhos.
Uma estratégia para mitigar a superlotação é o monitoramento eletrônico. O uso de tornozeleiras aumentou de 1,0% em 2017 para 13,5% em 2024, totalizando 122.012 pessoas. Essa medida traz à tona discussões sobre os efeitos da “liberdade vigiada” e a necessidade de gestão adequada dos equipamentos.
Reportagem produzida com auxílio de IA