Brasil anuncia medidas contra Israel na ONU e diz que ‘humanidade está sendo enterrada’ em Gaza
Governo brasileiro implementa restrições em várias áreas como resposta às alegações de genocídio e violações de direitos humanos em Gaza. As medidas incluem investigação de produtos de assentamentos ilegais e bloqueio de exportações de defesa para Israel.
Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou nesta segunda-feira, dia 28, um conjunto de medidas contra Israel em retaliação ao que considera “potencial genocídio” e “crimes de guerra” na Faixa de Gaza.
O governo brasileiro vai implementar restrições nas relações bilaterais com Israel, abrangendo os campos político, jurídico, diplomático, militar e comercial. Entre as medidas:
- Controle sobre importações de produtos de assentamentos ilegais na Cisjordânia;
- Bloqueio de exportações de produtos de defesa fabricados no Brasil para Israel;
- Retirada do embaixador do Brasil em Tel-Aviv;
- Rejeição da acreditação de novo embaixador israelense em Brasília.
Celso Amorim, ex-chanceler, defendeu medidas “severas”, mas sem romper totalmente as relações diplomáticas. Ele sugere suspensão do acordo de livre comércio entre Mercosul e Israel por questões legais complicadas.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) criticou a decisão do Brasil de retirar-se da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, considerando-a um retrocesso moral e uma ameaça ao combate ao antisemitismo.
Mauro Vieira também confirmou a adesão do Brasil à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça, acusando Israel de genocídio.
No discurso na ONU, Vieira apontou que a criação de um Estado palestino está se distanciando e enfatizou a necessidade de ações imediatas, como:
- “Detenção de assentamentos ilegais”;
- “Fim do deslocamento forçado”;
- “Suspensão do bloqueio a Gaza”.
O ministro mencionou a grave situação humanitária em Gaza e a violência extremista dos colonos na Cisjordânia. Ele destacou que a sofrimento dos palestinos é o teste moral mais urgente do nosso tempo, exigindo um compromisso firme com o direito internacional e a dignidade humana.