Bradesco Asset vê BC desacelerar alta dos juros para 0,25 ponto, diz Bruno Funchal
Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset Management, aponta que a guerra comercial liderada por Donald Trump pode ajudar o Banco Central brasileiro a desacelerar a alta da Selic. A expectativa é de que a taxa seja elevada em 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom, considerando a pressão desinflacionária externa.
Guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, pode reduzir a inflação externa e facilitar a desaceleração da Selic no Brasil, estima Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset Management.
Funchal destacou que o aumento de tarifas nos EUA pode gerar desaceleração econômica e um ambiente desinflacionário, o que deve ajudar o Banco Central (BC) a limitar a alta da Selic em 0,25 ponto percentual na reunião do Copom em maio.
A reunião do Copom está marcada para a próxima semana. Desde setembro, a taxa de juros subiu 1 ponto percentual nas últimas três reuniões.
A precificação do mercado indica uma maior probabilidade de elevação de 0,50pp, levando a Selic a 14,75% ao ano. Recentemente, a probabilidade de um aumento de 0,25pp subiu para 28%, em resposta a comentários cautelosos de diretores do BC.
Funchal afirmou que a desvalorização dos preços de energia e commodities pode gerar desinflação e tornar mais difícil a alta do real, beneficiando o BC na condução da política monetária.
Criticas de Trump ao Federal Reserve promovem a desvalorização do dólar e criam um ambiente favorável para a inflação e juros menores no Brasil. Funchal ajustou a previsão da Selic para o final do ano de 15% para 14,75%.
A redução da Selic dependerá da diminuição dos riscos fiscais, com um ponto crítico sendo a inclusão dos gastos com precatórios no orçamento de 2027.
Funchal alertou que, apesar do auxílio do cenário externo, a incerteza está alta devido às negociações comerciais e ao impacto das tarifas na economia.
A Bradesco Asset Management possui atualmente R$ 930 bilhões em ativos sob gestão.