Boric defende livre comércio e diz que “ninguém” se salva sozinho

Presidente do Chile, Gabriel Boric, critica isolacionismo econômico

No dia 24 de abril de 2025, em palestra na Universidade de Brasília, Boric afirmou que o livre comércio não é sinônimo de “neoliberalismo”, mas uma fonte de intercâmbio entre os povos.

Ele expressou preocupação com “os mais poderosos” que negam acordos internacionais, criam “muros comerciais” e intervêm em instituições autônomas. Boric declarou: “A extrema-direita faz uma falsa dicotomia entre livre mercado e democracia.”

Desde a administração de Donald Trump, os EUA adotaram medidas protecionistas, afetando parcerias comerciais do Chile, que incluem China e Brasil. Tarifas de importação estão em 10%, enquanto os produtos da China enfrentam taxas de 145%.

Boric criticou ainda os movimentos que atacam a democracia e os direitos humanos. Ele destacou que a perspectiva de futuro dos jovens é pior em relação à de seus pais e defendeu que “é possível mudar esse futuro”.

O presidente defendeu que a esquerda deve ser menos conservadora e retornar aos valores “universalistas”. Ele comentou: “Ser revolucionário e acreditar na justiça e nos direitos humanos não são coisas apenas da juventude.”

Além disso, Boric ressaltou a necessidade da esquerda de “questionar suas convicções” e dialogar com quem pensa diferente, afirmando: “O dever do progressismo no mundo é voltar a ser maioria.”

Ele defendeu uma maior integração entre os países da América do Sul, citando iniciativas como as Rotas da Integração Sul-Americana que visam unir culturas e assegurar a soberania da região.

A Rota Bioceânica de Capricórnio conectará o sul do Brasil ao norte do Chile por meio de uma estrada de mais de 2.400 km, abrangendo Paraguai e Argentina. O projeto deve ser finalizado em 2026, reduzindo custos logísticos e ampliando o comércio regional.