Bolsonaro volta atrás, nega elo com tarifas e diz que não poderia negociar com Trump

Ex-presidente Jair Bolsonaro negou nesta segunda-feira (21) ter qualquer relação com a tarifa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros e afirmou não ter contatos com autoridades americanas para negociar a medida.

Bolsonaro declarou: “Isso é lá do governo Trump. Não tem nada a ver com a gente. Mentira”, em entrevista à jornalista Andréia Sadi, da GloboNews. Ele contradisse anterioremente, quando disse estar disposto a tratar do assunto com Trump.

No dia 17, o ex-presidente mencionou que poderia negociar diretamente com Trump, caso o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, autorizasse e a Polícia Federal devolvesse seu passaporte. “Quem não vai conversar vai pagar um preço alto”, disse ele, durante coletiva no Senado.

A mudança no discurso de Bolsonaro segue após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que impôs medidas cautelares, incluindo a apreensão do passaporte e o uso de tornozeleira eletrônica.

Bolsonaro ressaltou que a tarifa de Trump tem “um impacto enorme para a economia brasileira” e que seria necessário “ir lá conversar com Trump” para entender suas condições.

Ele também afirmou que seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), não tem autoridade para falar em nome do governo, contradizendo declarações anteriores em que mencionou a liderança de Eduardo nas negociações.

Eduardo, por sua vez, reforçou que as tarifas estão ligadas a razões políticas, mencionando que Trump deixou claro que a imposição se deu por uma crise institucional.

Na entrevista, Bolsonaro minimizou a quantia de US$ 14 mil apreendida pela Polícia Federal, afirmando: “Perto do que eu tenho no banco, não é quase nada”.

Ele também comentou sobre um pen drive encontrado em sua residência, dizendo que teria ouvido que o conteúdo era “música gospel e foto de família”.