Bolsonaro se equilibra entre estilo que alimenta máquina de guerra e o que implora por pena menor
Bolsonaro enfrenta um dilema entre manter sua postura combativa contra o Judiciário e adotar uma atitude conciliatória para buscar uma pena mais leve. O ex-presidente tenta agradar sua base radical enquanto navega em um processo judicial que pode definir seu futuro político.
Jair Bolsonaro enfrenta um dilema à medida que se aproxima o final do processo em que é acusado de liderar uma trama golpista:
- Manter a oposição ao Judiciário, garantindo apoio político e financeiro;
- ou adotar uma postura conciliadora para buscar uma pena menor, já que a condenação parece inevitável.
No interrogatório da última terça-feira, Bolsonaro apareceu como um personagem equilibrado, evitando confrontar Alexandre de Moraes e até fazendo piadas sobre a possibilidade de Moraes ser seu vice em 2026. Ele buscou mostrar um arrependimento por suas declarações anteriores.
Entretanto, essa nova imagem contradiz a figura do Bolsonaro mais agressivo, que sempre se apresentou como um perseguido do Judiciário e mantém seu apoio mesmo diante de denúncias.
A imagem de um Bolsonaro submisso não agrada sua base mais radical, que é vital para sua sustentar sua influência nas redes sociais e financiar sua defesa legal.
O atual Bolsonaro, cordial e evitando conflitos no interrogatório, é diferente do que tenta se retratar internacionalmente como vítima de um sistema autoritário. Ele não se envolveu em provocações como aconteceu no passado com Trump e Lula, que enfrentaram suas respectivas batalhas jurídicas de maneira mais combativa.
A incerteza persiste: qual Bolsonaro resistirá? O réu digno de compaixão ou o mártir que merece apoio incondicional? As próximas semanas são cruciais.