Bolsonaro rebate versão sobre reunião com militares e nega confronto com Freire Gomes: ‘Nunca existiu voz de prisão’
Bolsonaro reitera que não houve ameaça de prisão durante encontro militar sobre golpe. Declarações contrastam com depoimentos de outros militares envolvidos na trama.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, nesta terça-feira (10), ter recebido voz de prisão do general Freire Gomes durante reunião com chefes militares em 2022. O encontro visava discutir apoio das Forças Armadas a um possível golpe após sua derrota nas eleições.
Bolsonaro fez a declaração em um interrogatório no STF, conduzido pelo ministro Luiz Fux, no contexto da ação penal que investiga a trama golpista. Ele afirmou que o que foi declarado pelo brigadeiro Baptista Júnior “não procede” e que foi desmentido pelo próprio Freire Gomes.
O general Freire Gomes também negou a ameaça de prisão, afirmando que alertou Bolsonaro sobre as implicações jurídicas. Divergências surgiram entre os militares, pois o brigadeiro Baptista Júnior confirmou a ameaça em seu depoimento à Polícia Federal.
Este depoimento de Bolsonaro faz parte da fase final de interrogatórios do processo, que envolve oito réus apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Já foram ouvidos outros nomes relevantes, incluindo Mauro Cid e Anderson Torres.
Restam os depoimentos dos generais Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, que devem ser concluídos até sexta-feira (13). O julgamento está previsto para o segundo semestre de 2023 e, caso condenados, os envolvidos podem enfrentar penas superiores a 30 anos de prisão.