Bolsonaro nega ameaça de prisão em meio a contradições entre militares
Bolsonaro nega ameaça de prisão durante reunião ministerial e revela divergências entre líderes militares sobre a situação. Estudo das versões apresentadas é crucial para a avaliação do STF no caso envolvendo conspiração contra a posse de Lula.
Embate de versões no STF sobre a suposta ameaça de prisão a Jair Bolsonaro durante reunião ministerial em dezembro de 2022.
O ex-presidente, sexto réu a depor na ação penal, negou categoricamente ter sido ameaçado por militares, contradizendo relatos anteriores.
A investigação apura uma suposta conspiração para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022, com a PGR apontando Bolsonaro como figura central do caso, que envolveu militares de alta patente.
Bolsonaro relatou ao ministro Alexandre de Moraes: “Em nenhum momento, como vi depois nos autos, alguém me ameaçou de prisão se prosseguisse naquela missão”.
O ex-presidente também afirmou que a missão legal dada às Forças Armadas deve ser cumprida, negando apoio a ações ilegais. Ele provocou: “Ao meu entender, tem que internar quem tivesse com uma intenção dessa natureza”.
A voz de prisão é um ponto controverso, com versões conflitantes entre os comandantes militares. O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior, relatou que o general Marco Antônio Freire Gomes mencionou a possibilidade de prender Bolsonaro. Porém, Freire Gomes negou ter feito tal ameaça.
Freire Gomes admitiu ter alertado Bolsonaro sobre possíveis consequências legais, mas negou uma ameaça direta: “Se ele saísse dos aspectos jurídicos, poderia ser enquadrado juridicamente”.
A divergência entre as versões dos líderes militares e de Bolsonaro é crucial para o processo, pois a natureza da declaração (hipótese ou ordem) pode alterar a interpretação dos eventos.
O depoimento de Bolsonaro é considerado decisivo nesta fase processual, especialmente após as revelações de Mauro Cid sobre a elaboração de documentos golpistas. A credibilidade de cada depoimento influenciará o desenrolar do processo no STF.