Bolsonaro leu e alterou minuta golpista, diz Mauro Cid ao STF
Cid revela que Bolsonaro teve acesso e solicitou mudanças na minuta do golpe, que visava obstruir a posse de Lula. Os interrogatórios dos réus começaram hoje e devem concluir até sexta-feira.
Tenente-coronel Mauro Cid declarou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu, leu e pediu alterações na "minuta do golpe", que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Cid mencionou que Bolsonaro solicitou a remoção de um trecho que previa a prisão de autoridades, com foco no ministro do STF Alexandre de Moraes, que presidia o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na época.
Ele afirmou: "Bolsonaro recebeu e leu o documento. Ele, de certa forma, o enxugou. Apenas o senhor [Moraes] permaneceria como preso."
Em depoimentos anteriores, Cid já havia relatado a participação de Bolsonaro em discussões sobre a tentativa de golpe. A defesa tenta diminuir seu envolvimento, alegando que ele estava cumprindo funções de seu cargo.
A 1ª Turma do STF iniciou os interrogatórios dos réus do núcleo da acusação por tentativa de golpe. O grupo é apontado como responsável por ações criminosas visando impedir a posse de Lula.
- Mauro Cid é o primeiro a ser ouvido e fechou um acordo de colaboração.
- Os interrogatórios devem ser finalizados até sexta-feira (13.jun).
- A ordem dos interrogatórios é alfabética para garantir defesa ampla.
- Os réus são obrigados a comparecer, mas podem permanecer em silêncio.
- General Braga Netto irá participar por videoconferência, pois está preso.
Os interrogatórios são parte da etapa de instrução criminal, após a qual as partes apresentarão alegações finais e o relator, ministro Moraes, preparará o relatório para julgamento.