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Bolsonaro cita Flávio Dino e defende “retórica” sobre alegação de fraude eleitoral

Bolsonaro se defende em interrogatório no STF, relativizando críticas ao sistema eleitoral e promovendo seu governo. O ex-presidente reafirma que "golpe não existiu" e questiona a lógica do processo judicial.

Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta terça-feira (10) os interrogatórios sobre a suposta trama golpista de 2022, com Jair Bolsonaro como sexto réu na ação penal que envolve 31 pessoas.

O caso investiga uma conspiração para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de outubro de 2022.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) considera Bolsonaro a figura central da trama, que envolve militares e autoridades do governo. Durante seu depoimento, ele buscou relativizar suas críticas ao sistema eleitoral.

Bolsonaro argumentou que suas dúvidas sobre as eleições não são exclusivas e citou Flávio Dino, atual ministro do STF, e Carlos Lupi, ex-ministro do governo Lula, para apoiar sua posição.

Ele defendeu a implementação do voto impresso, mencionando um projeto de lei no Congresso que foi declarado inconstitucional pelo STF, para afirmar que suas críticas são parte de um legítimo debate institucional.

Em uma autoanálise, Bolsonaro descreveu sua campanha de 2018 como “atípica”, sugerindo humildade ao afirmar que não acreditava em sua vitória.

Aproveitando a oportunidade, fez um balanço positivo de sua gestão, destacando a redução da violência e acordos comerciais.

O ex-presidente enfatizou sua conduta como respeitadora das “quatro linhas” da lei, apesar de reconhecê-las como momentos de exaltação.

O depoimento revela uma estratégia de defesa baseada em:

  • Relativizar críticas ao sistema eleitoral.
  • Contextualizar suas posições como um debate legítimo.
  • Fazer um balanço positivo de seu governo.

A performance de Bolsonaro será crucial para o processo, especialmente porque a PGR o vê como peça central da suposta trama contra Lula.

Antes da sessão, questionou: “Eu tenho que provar que sou inocente ou eles têm que provar que sou culpado?”. Ele reiterou que “golpe não existiu” e se preparou para um depoimento extenso.

A defesa pretendia apresentar doze vídeos para provar sua inocência, mas o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido, afirmando que não era o momento adequado para novas provas.

Esta é a segunda rodada de interrogatórios do “núcleo duro” da investigação. Na segunda-feira (9), já depuseram Mauro Cid e Alexandre Ramagem, e nesta terça, outros réus como Almir Garnier Santos e Augusto Heleno.

As estratégias de defesa variaram entre silêncio, negação e contradição. O depoimento de Bolsonaro é considerado o momento mais crucial, especialmente após revelações sobre seu envolvimento direto na elaboração de documentos para um eventual golpe de Estado.

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