Bolívia entrega Tuta, “número 1” do PCC, à Polícia Federal
Marcos "Tuta" Almeida é extraditado após ser preso na Bolívia. Considerado um dos líderes do PCC, ele foi capturado enquanto tentava renovar documentos com identidade falsa.
Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, "número 1" do PCC, foi entregue ao governo brasileiro pela Bolívia neste domingo (18.mai.2025). Ele estava foragido há 5 anos e foi preso em Santa Cruz de la Sierra na última sexta-feira (16.mai).
Tuta é um dos principais articuladores de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital, com condenação de 12 anos por organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Ele está na Lista de Difusão Vermelha da Interpol.
A prisão ocorreu quando Tuta se apresentou em uma unidade policial com documentos falsos. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informou que espera uma decisão sobre extradição ou expulsão na audiência de custódia na Bolívia programada para hoje.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foram informados sobre a operação. Andrei destacou a importância da cooperação internacional.
Após a audiência, Tuta será transferido para uma penitenciária federal de segurança máxima no Brasil, com opções em Brasília, Mossoró (RN), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) ou Porto Velho (RO).
O PCC, fundado em 1993, é hoje a maior organização criminosa do Brasil, com até 40.000 integrantes e movimentando cerca de R$ 6 bilhões por ano. Mesmo com prisões de líderes, sua influência continua a crescer.
Além do tráfico de drogas, o PCC é financiado por roubos de cargas, assaltos a bancos e sequestros. Estima-se que 10.000 membros estejam em 90% das penitenciárias de São Paulo.
Investigadores afirmam que grupos do PCC operam em países vizinhos, como Bolívia, Paraguai e Colômbia, dominando rotas de tráfico e seguindo uma estrutura organizacional semelhante a uma empresa.