Blau cresce pouco no 1° tri, mas melhora margem e prevê retomada “forte”

Blau Farmacêutica reportou um primeiro tri com crescimento fraco na receita, afetada por fatores atípicos.

A receita líquida alcançou R$ 373 milhões, alta de 4% ano-on-year, mas abaixo da projeção do consenso Bloomberg de R$ 384 milhões.

O CEO Marcelo Hahn informou que as vendas da toxina botulínica impactaram negativamente a receita. A Blau possui duas marcas de botox — Botulim e Botulit, adquiridas com a compra do laboratório Bergamo. A venda de um registro por US$ 7,5 milhões trouxe impacto positivo no lucro líquido, mas prejudicou a receita do trimestre.

Hahn destacou que os pedidos represados foram faturados em abril, prevendo um crescimento nas vendas no segundo e terceiro trimestres. Um cancelamento de contrato com cliente de plasma nos EUA também afetou a receita, embora a empresa busque um novo cliente para compensar a perda.

A receita do segmento de ‘varejo, estética e plasma’ caiu 24% ano contra ano. Em contraste, a vertical hospitalar, que representa 85% da receita, cresceu 9% no trimestre.

A margem bruta foi de 40,1%, 680 basis points acima do primeiro tri do ano passado, marcando o sexto trimestre consecutivo de expansão.

O EBITDA foi de R$ 83 milhões, abaixo da projeção de R$ 89 milhões. O lucro líquido totalizou R$ 91 milhões, superando as expectativas (R$ 64 milhões) mas, excluindo o ganho de venda do registro, seria de R$ 63 milhões.

A Blau registrou 15 medicamentos na América Latina e espera lançar produtos com um mercado endereçável de R$ 3 bilhões nos próximos três anos. O lucro da empresa subiu 32% nos últimos doze meses, valendo R$ 2,5 bilhões na B3.

No entanto, o valor atual da ação é de R$ 13,68, longe da máxima de R$ 53, com um múltiplo de cerca de 7x seu lucro estimado para este ano.