Bebês reborn: 'Apego por boneca pode vir da vontade de controle absoluto das relações'
O crescimento da popularidade das bonecas reborn nas redes sociais levanta questões sobre a saúde mental e as relações afetivas. Especialistas alertam para os riscos de apego excessivo e a busca por conexões em um mundo marcado pela solidão.
Bonecas Hiper Realistas ganham destaque nas redes sociais, especialmente as chamadas bebês reborn.
Com peso e aparência semelhantes a bebês reais, elas custam entre R$ 800 e R$ 10 mil, dependendo do detalhamento.
Perfis no TikTok e Instagram mostram colecionadoras cuidando das bonecas como se fossem filhos, com conteúdos que incluem:
- Enxovais
- Passeios em carrinhos
- Consultas médicas simuladas
Esses conteúdos geram curiosidade e críticas sobre saúde mental e solidão, levando a questionamentos sobre a relação das pessoas com o mundo digital.
A psicóloga Daniela Bittar observa que não há estudos definitivos sobre o aumento de disfunções afetivas nesse fenômeno, que pode ser um passatempo comum.
Ela adverte sobre o risco da ilusão de afetos, questionando se a busca por controle em relações não humanas é uma resposta à solidão da sociedade atual.
Bittar também menciona que as bonecas são usadas terapeuticamente, podendo ajudar em processos de luto perinatal e como ferramentas emocionais para pessoas com ansiedades ou demência.
Ela ressalta a importância de um uso equilibrado, evitando a formação de um apego desproporcional e reconhecendo que as bonecas podem oferecer algum conforto emocional.