BC ainda não incorpora impacto do novo consignado nas projeções de PIB, diz Guillen
Banco Central ainda não considera efeitos do novo crédito consignado nas projeções de crescimento do PIB. A expectativa é de que o programa possa impactar positivamente a economia, mas sua eficácia ainda é incerta.
Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do Banco Central, afirmou que os efeitos do novo programa de crédito consignado para trabalhadores do setor privado ainda não estão nas projeções oficiais de crescimento do PIB.
A declaração foi feita durante evento da XP em Washington, no contexto da reunião do FMI. Guillen destacou:
- "Há muita incerteza sobre o timing e a magnitude da medida."
Atualmente, a expectativa do BC é uma redução do crescimento de 3,4% para 1,9% entre 2023 e 2024, conforme o último Relatório de Inflação.
Ele mencionou estudos que indicam que programas similares aumentaram o crédito, mas <não é possível afirmar ainda> se o novo consignado terá o mesmo efeito.
A evolução do crescimento econômico apresenta dúvidas internas no Banco Central. Guillen apontou que os sinais de moderação do crescimento ainda são incipientes e heterogêneos entre setores.
A XP avaliou que o novo consignado privado poderá adicionar até 0,6 ponto percentual ao PIB, com um impacto estimado de R$ 70 bilhões.
O governo federal já concedeu mais de R$ 7 bilhões em empréstimos a trabalhadores de carteira assinada por meio do programa. A partir de 25 de outubro, o consignado CLT estará disponível por meio dos canais digitais dos bancos credenciados.