BBC refuta alegações incorretas da Casa Branca sobre sua cobertura de Gaza
A BBC defende sua cobertura em Gaza após acusações da Casa Branca, esclarecendo que não removeu nenhuma reportagem e que sua atualização de dados é prática comum. A corporação destaca a dificuldade de verificar informações no território devido à restrição de acesso imposta por Israel.
A BBC rebateu críticas da Casa Branca sobre sua cobertura em Gaza, classificando as alegações como “completamente equivocadas”.
Na terça-feira (3/6), Karoline Leavitt, secretária de imprensa do presidente Donald Trump, acusou a BBC de dar crédito “à palavra do Hamas” ao reportar o número de mortos em um ataque em um centro de distribuição de ajuda. Ela afirmou, erroneamente, que a BBC havia retirado um material do ar.
A BBC defendeu sua cobertura, afirmando: “Não retiramos nenhuma reportagem e defendemos nosso jornalismo”. Segundo ela, os números de vítimas foram atualizados com precisão ao longo do dia.
Os dados variaram: 15 mortos de médicos, 31 do Ministério da Saúde do Hamas, e “pelo menos 21” pela Cruz Vermelha. A BBC destacou que a situação é confusa e há relatos conflitantes sobre o incidente.
Testemunhas e ONGs afirmaram que civis foram baleados em um centro de distribuição, mas o exército israelense negou, alegando que os relatos eram falsos. A Fundação Humanitária de Gaza contradisse afirmando que os relatos eram “totalmente inventados”.
Israel restringe a entrada de jornalistas internacionais em Gaza, dificultando a verificação de informações. Na mesma terça, houve outro incidente com alegações de forças israelenses disparando contra civis, resultando em 27 mortos.
A Casa Branca também criticou uma reportagem da BBC Verify, equipe de checagem de fatos da BBC, que analisou um vídeo viral, mas não o veiculou, refutando a conexão com o centro de ajuda.
A BBC concluiu, ressaltando a importância de acesso a Gaza para uma cobertura precisa: “É vital levar às pessoas a verdade sobre o que está acontecendo em Gaza”.
Desde a campanha militar israelense em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, cerca de 54.470 pessoas foram mortas em Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas.